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Meu filho está CONSUMISTA! Como ensinar consumo responsável?

Quando os filhos começam a pedir tudo que veem pela frente, de brinquedos a roupas – passando pelos mil gadgets e todo tipo de eletrônico – acende uma luz amarela! Será que ele está consumista demais? Neste artigo, reuni 4 estratégias para ensinar sobre consumo consciente de forma leve.

Para começar, aquelas frases batidas “Dinheiro não nasce em árvore!” ou “Você sabe quanto custa isso?” ou ainda “Pensa que eu sou banco?” não educam! Porque geralmente são ditas em voz alta e de cara fechada. O resultado é que a criança sente que há ruim e errado ali, mas não faz ideia do por quê. Aí o dinheiro vira tabu, fonte de problema, origem de discórdia!

Você pode e deve conversar sobre dinheiro, explicar que há limites financeiros, mas sem usar frases de efeito que encerram o assunto, e sim abrindo espaço para o diálogo. Porque aí a criança terá a oportunidade de entender o que pode e o que não é possível e porque. Mas então, como fazer?

ENSINE QUE CONSUMIR É POSITIVO

Primeiro, sempre que surgir uma oportunidade, mostre que o consumo é positivo, pois supre as necessidades, traz conforto, permite viver experiências e realizar sonhos! “Mas Anna, eu te disse que a criança está montada no cartão de crédito e você quer que eu ensine o oposto?!”

Sim, exatamente: porque quando você confirma que consumir é bom, você tira o peso ruim das compras. E quando você entrar no tópico consumismo, que é o excesso de consumo – esse sim negativo, ficará mais fácil ele identificar as diferenças. O excesso de qualquer coisa é ruim porque o exagero de um lado é uma compensação de um vazio de outro.

Geralmente se há um excesso de algo, como o desejo de consumir, é porque está faltando outra coisa em outro lugar.

O primeiro ponto é identificar o que pode estar faltando para a criança:

Pode estar faltando tempo livre ou mais tempo brincando com os pais;

pode estar faltando mais atenção aos esforços dela, aos assuntos que ela gosta;

pode estar faltando um direcionamento em relação ao valor das coisas que já temos: mostrar como é bom poder desfrutar do que já conquistamos (ou seja, as coisas que ele já pediu anteriormente e ganhou, seja brinquedos, roupas, decoração do quarto, etc.);

Atenção: eu sou mãe e sei o quanto eles demandam de atenção e energia. Não digo que é fácil suprir os diversos outros lados dos filhos, mas é importante observar se esta é a questão.

NÃO FAÇA TROCAS

Segundo ponto é que às vezes a demanda por comprar mais pode ter origem em um hábito que nós, adultos, criamos. Sabe quando seu filho era bem pequeno, naquela fase do não, e você pedia: “vamos ao mercado com a mamãe?”. Ao que ele respondia não pela milésima vez, você oferecia: “Vamos que a mamãe compra um biscoito pra você lá”. Ou “vem comigo no shopping que eu compro uma blusa nova pra você”. Ou “Vai lá para a casa da vovó que ela comprou um presente para te dar”. Ou ainda: “Vou comprar um brinquedo pra você se distrair no restaurante”.

Nesse caso, a criança aprendeu que funciona assim: ela vai para ganhar algo. Agora ela saiu da fase do não e diz sim mais facilmente, porém continua entendendo que vai ganhar algo.

Por isso, não faça trocas com as crianças que envolvam compras. Na verdade, não faça trocas em geral. Mas aqui é outra seara. “Vamos ao mercado juntos porque será um tempo juntos e você pode ajudar com as compras” ou “Vem no shopping que a gente pode conversar sobre UM ASSUNTO QUE ELE ADORE no caminho” ou ainda “Vai lá para a vovó porque ela quer brincar com você”.

Sobre o restaurante, eu sempre levo alguma coisa na bolsa: papeis e lápis, jogos pequenos, livro de passatempo. Quando eu esqueço, inventamos algo, como a brincadeira de detetive que precisa apenas de papelzinho com letras ou adedanhas. Mas sem envolver comprar novos itens. A não ser que esteja planejado – por exemplo, fomos ao shopping trocar um presente e levaríamos o brinquedo novo para o restaurante.

CONSTRUA O NÃO

Em terceiro lugar, é melhor e mais educativo (apesar de mais cansativo), construir o não. A criança pede um jogo: em vez de dizer não, você pergunta como se joga.

“Ah, é um jogo de trilha como o do Toy Story e o do Homem Aranha que a gente tem em casa, né?” Sem dizer não, você formou um argumento na cabeça dele: já temos dois parecidos.

“Você reparou que não tem brincado muito com os jogos que estão no armário? Tem alguns lá que só jogamos 1 ou 2 vezes. O que acha que pegarmos um agora (ou ao chegar em casa)?” Sem dizer não, você propôs o que ele realmente quer: brincar (e não comprar).

“Olha, a caixa de brinquedos está lotada, tem muita coisa, né? Acho que nem tem espaço para novos brinquedos por enquanto.”

“Lembra daquele jogo que ganhou e não gostou muito? Nem sempre a brincadeira é boa como parece pela caixa, né? Além disso, tem muita brincadeira bem divertida que nem é comprada, como fazer cabaninha com lençol, mímica, pique esconde, desenho…”

Por fim, você explica com calma que aquela compra não foi planejada e você não previu gastar esse valor com um brinquedo este mês. Por isso, não será possível no momento. Mas você pode anotar o item numa lista de desejos (anote mesmo, no whatsapp ou no Notas do celular, por exemplo. Às vezes tiro até foto do jogo pra não confundir). Na próxima oportunidade, você o avisa de que pode comprar o tal jogo.

E avise mesmo! Pode até aproveitar a próxima data comemorativa, por exemplo: “quer o jogo que anotei ou um ovo de Páscoa tradicional?”. Se ele quiser o jogo é porque está muito interessado mesmo. Muitas vezes, a própria criança, quando vê a lista de brinquedos anotados, percebe que perdeu o interesse por vários itens. E isso será fundamental para que ela mesma comece a pensar melhor antes de decidir comprar algo por impulso no futuro. Mas atenção: esse resultado demora anos a chegar!

QUAL A FUNÇÃO DESTA COMPRA?

Para as crianças mais velhas e os adolescentes, há uma quarta estratégia: quando surgirem oportunidades, explique que o ato de comprar gera prazer no ser humano, pois induz a produção de dopamina em nosso organismo. Na verdade, seu filho já descobriu que comprar algo novo é uma delícia, mas ele ainda acha que é exclusivamente porque aquele item é legal. Quando a gente entende que às vezes adquirimos algo pelo simples prazer proporcionado no ato de comprar, temos a possibilidade de fazer uma avaliação mais realista do que de fato desejamos naquele momento: o objeto em questão ou a sensação?

Se for apenas a sensação, há outras formas de conseguir: alguns se sentem bem ao fazer exercício físico, outros gostam de ouvir música, meditar, relaxar próximo da natureza, assistir a um filme ou série, ler um livro. É claro que em algum momento, vamos acabar decidindo comprar algo pela sensação, mas será menos frequente e com valores que não causarão estrago nas finanças. Porque será uma decisão consciente.

Se você gostou deste artigo, mas precisa de ajuda com alguma destas quatro estratégias, clica no botão do WhatsApp e me manda uma mensagem. Será um prazer conversar com você!

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