Talvez você já saiba que a Bolsa de Valores é o ambiente onde se compra e vende ativos, mas descobrir como e por que ela surgiu vai te ajudar a entender muito melhor sua função na economia. E, é claro, vai deixar você mais seguro para investir em Renda Variável, cujos ativos têm risco maior, mas também um potencial de rendimento mais alto que a Renda Fixa.
🌍 As bolsas de valores surgiram há mais de 500 anos, na Holanda. Naquela época, os navegadores portugueses e espanhóis – então os melhores do mundo – descobriram como chegar nas Índias, de onde traziam especiarias muito desejadas pelos europeus. Mas cobravam caríssimo pelos produtos importados de além-mar. Os holandeses perceberam que, se conseguissem fazer o mesmo, poderiam obter as especiarias a um preço mais barato e ainda entrar nesse mercado, concorrendo com Portugal e Espanha. Porém, a Holanda não tinha tecnologia nem tripulação experiente o suficiente – mais da metade de seus barcos não voltava. Desenvolver isso era caro demais mesmo para o rei ou as famílias mais ricas.
♻️ Daí surgiu a ideia de montar um financiamento coletivo: quem tivesse interesse de participar do negócio, investiria um dinheiro comprando cotas da empreitada, que foi organizada pelo próprio governo. Se não desse certo, essas pessoas perderiam o valor aplicado. Se funcionasse, receberiam sua parte do lucro do negócio, que seria bem alto, pois as especiarias valiam muito na Europa. As famílias que tinham algum dinheiro – ainda que não fossem as mais ricas – pensaram mais ou menos assim: a gente pode investir apenas uma parte do nosso dinheiro; se não der certo, perdemos um pouco e corremos atrás depois, mas se der certo, teremos um alto retorno.
Risco + falta de liquidez
⛵ E assim foi feito; conseguiram levantar um bom dinheiro no total. Mas havia um problema: como as expedições levavam meses ou anos para voltar, algumas famílias tiveram imprevistos nesse meio tempo e precisavam reaver o dinheiro investido. Mas como? Se o dinheiro foi usado para construir e equipar os navios, comprar os insumos, contratar os marinheiros… Não tinha como pegar o dinheiro de volta. A única coisa que as famílias tinham era um recibo comprovando que haviam comprado cotas da expedição. Foi daí que surgiu a ideia de revender as cotas para outras pessoas.
💰 Por exemplo, se uma família havia investido 30 moedas de ouro, ela tinha um recibo disso. Ao revender o recibo a outra pessoa, quando o navio voltasse e obtivesse o lucro com a venda das especiarias, este lucro seria repartido entre os detentores dos recibos das cotas. Para conseguirem fazer essas revendas, as pessoas começaram a se encontrar no mesmo local onde o governo havia vendido as cotas pela primeira vez. Este lugar ficou conhecido como Bolsa de Valores, nome que pode ter surgido por causa das bolsas de moedas que as pessoas carregavam ali.
🚩 Não somente as expedições, mas também a ideia do financiamento coletivo deu tão certo que começou a ser replicada em outros países e para outros tipos de negócio. E o principal: nem sempre era o governo que organizava, mas pessoas comuns também começaram a vender cotas de suas “ideias de negócio” e, quando davam lucro, o distribuíam aos investidores.
Bolsa de Valores democratizou acesso a grandes negócios
💱 A evolução dessa história foi a criação de regulações específicas, o que protege tanto o investidor quanto o detentor da ideia. E principalmente a democratização do acesso a grandes investimentos por pequenos investidores. As bolsas de valores pelo mundo são o mecanismo que mais gera e distribui riqueza para as sociedades ao viabilizar que grandes ideias saiam do papel pondo em risco apenas um pequeno capital de cada pessoa.
📄 Ao conhecer esta história, fica mais fácil compreender o que são as ações de empresas negociadas em bolsas de valores: são pedacinhos das empresas que qualquer pessoa pode comprar – tornar-se sócio mesmo. Ou seja, quando você compra uma ação, seu dinheiro está efetivamente aplicado na empresa – se ela der prejuízo, sua ação desvaloriza e se ela der lucro, você, que é sócio, recebe parte desse dinheiro na forma de dividendos.
🛒 Imagina que um mercado criou um modelo de negócio novo, com base no atacado, e está fazendo sucesso porque consegue conciliar preços menores com bom atendimento e ampla gama de produtos. Agora, ele quer crescer e chegar a todos os estados do Brasil. Mas precisa de dinheiro para alugar lojas, fazer obras, contratar equipes e criar o estoque antes de começar a vender. Ele pode vender suas ações – você gostaria de ser sócio de um mercado que vende mais barato com qualidade e ainda receber dividendos? Ou de uma financeira especializada em crédito para micro-negócios ou pessoas de baixa renda que quer ampliar seu potencial e para isso decide lançar ações?
Ganha-ganha
👥 A ideia é que você talvez não esteja disposto a arriscar todo o seu dinheiro em um negócio nascente ou de alto risco, mas se for apenas 1% do seu patrimônio, aí tudo bem. O problema é que 1% do seu patrimônio é pouco. Mas R$ 100 de 500 mil pessoas somam R$ 50 milhões.
➡️ Se não fosse por este mecanismo da Bolsa de Valores, apenas quem já nasceu rico poderia investir em grandes negócios. Mas com o financiamento coletivo, tanto quem tem a ideia como quem tem algum dinheiro pode participar deste processo – tem ação que custa R$ 1. Neste outro artigo, eu explico de onde vem a rentabilidade dos investimentos, inclusive os de Renda Variável: https://invistasemmedo.com/de-onde-vem-a-rentabilidade-dos-investimentos/
🟢 As bolsas de valores não geram fome, muito ao contrário: é por isso que elas refletem tanto os movimentos da economia. Uma economia em fortalecimento, que cresce e gera emprego e renda impulsiona a bolsa.
Se você gostou da ideia, mas ainda não sabe como começar a investir em Renda Variável, clique no botão do WhatsApp (à direita) e mande uma mensagem para conhecer como funciona a consultoria financeira pessoal e familiar, inclusive os valores.