“Não sei. Só sei que foi assim”. Este é o bordão do personagem Chicó, da obra O Auto da Compadecida (de Ariano Suassuna), mas poderia ser a resposta de algumas pessoas para a pergunta “De onde vem a rentabilidade dos investimentos?”.
Se você ainda não sabe como o dinheiro rende nas aplicações, vem comigo neste artigo para descobrir. Conhecer de onde vem o rendimento dos investimentos – ao lado de conhecer seu perfil de investidor – vai tornar o mercado financeiro mais simples de entender e ainda vai te proteger de cair em fraudes.
Como vamos falar de rentabilidade, é bem importante entender que existem dois tipos de investimentos diferentes: os de Renda Fixa e os de Renda Variável. O rendimento é completamente distinto entre eles: mas entendendo o mecanismo de cada um, fica mais fácil compreender.
Renda Fixa
Nos títulos de Renda Fixa, o investidor “empresta” dinheiro para uma instituição. Da mesma forma como você paga juros se pegar um empréstimo, ao investir, você recebe juros pelo dinheiro que “emprestou” ao emissor do título. (Nota: esse “emprestar” está entre aspas porque o correto seria dizer “aluga”, já que cobra-se juros.)
Então um investidor que decida aplicar seu dinheiro em um CDB, estará na prática “emprestando” dinheiro a um banco >> CDB é Certificado de Depósito Bancário. O banco vai usar o dinheiro que você “emprestou” a ele e, no final do período (já reparou que todo CDB tem uma data de vencimento?), vai te devolver seu dinheiro com juros. Os juros do dinheiro que você “emprestou” ao banco são o rendimento do CDB.
O Tesouro Direto também funciona assim, mas aí o investidor está “emprestando” seu dinheiro para o Tesouro Nacional – ou, em outras palavras, o Estado brasileiro. Por isso que os títulos de Renda Fixa são chamados de títulos de dívidas. Existem vários títulos de dívidas diferentes, com regras distintas, mas o rendimento sempre vem dos juros que o emissor paga ao investidor pelo dinheiro “emprestado”.
Renda Variável
Já na Renda Variável, você compra um ativo por um preço hoje. Se o seu ativo se valorizar, você o revende por um preço maior tendo lucro na venda (o contrário também é possível, revender com prejuízo). O “variável” do nome vem justamente do fato de que não se pode prever quanto vai render , já que não há rentabilidade nem prazo pré-acordados.
É o que acontece com as ações, que são frações do capital de uma empresa. Ao comprar ações de uma companhia, você se torna acionista – ou sócio – daquela empresa. Se o negócio crescer, gerar lucro e se valorizar, o dinheiro que você investiu pode gerar uma boa rentabilidade. Mas se a empresa perder mercado para os concorrentes, tiver prejuízo ou se desvalorizar, você pode ter prejuízo.
No caso das ações, existem várias formas de se ganhar dinheiro neste mercado, mas as duas principais são dividendos e ganho de capital. Os dividendos são uma parte dos lucros que a empresa gerou e é distribuída aos acionistas (sócios). O ganho de capital é quando o investidor compra ações de uma empresa por R$ 30, por exemplo, e as revende no futuro por R$ 40 – ou seja, com R$ 10 de lucro por ação.
Existem diversos outros ativos de renda variável, inclusive os próprios imóveis (não aquele que você compra para morar, mas sim os que são comprados para serem alugados, de modo a gerar renda), Fundos Imobiliários, ETFs, BDRs, câmbio e também os criptoativos.
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Pois é… na próxima vez que encontrar essa “oportunidade”, tente perguntar de onde vem a rentabilidade garantida de 10% ao mês. Porque se o Bitcoin é um ativo de Renda Variável, como é possível dar garantia de rentabilidade? Viu como fica mais fácil desconfiar de “oportunidades” incríveis que, na verdade, podem ser fraudes?
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