Há alguns dias fui ao shopping com meus filhos para comprar um tênis pro mais velho. Ainda no caminho, ele já dizia que seria ótimo se encontrássemos um tênis do Homem Aranha. Ou com luzes que piscam ao pisar. Ou talvez até ambos em um único par de tênis! E seus olhos brilhavam.
Na loja de tênis, vimos um modelo todo preto, sem personagem nem luz custando R$ 120 — achei caro. E também encontramos o tão desejado tênis do Homem Aranha com luzes que custava R$ 140 — comentei que o preço estava Ok. (Talvez você ache caro ou barato, pois o custo de vida varia muito conforme a cidade, o estilo de vida, etc. Mas estou comparando dois itens dentro da mesma realidade).
Neste momento, meu filho ficou muito curioso: como assim você acha R$ 120 caro e R$ 140 um preço bom? Para explicar o por que disso, é preciso falar sobre a diferença entre os conceitos de preço e valor. Como ele tem 5 anos, talvez ainda seja difícil compreender, porque são conceitos abstratos. Mas compreender essa diferença é essencial não somente para a gestão financeira, mas para a vida.
Preço X Valor
O preço de um produto não é formado apenas pelo custo de produção e a margem de lucro. E nem sempre compramos as coisas apenas porque precisamos delas. O preço é caro ou barato conforme o valor que aquele item representa para o consumidor. O valor varia de pessoa para pessoa: meu filho de 5 anos adora o Homem Aranha. Quando ele tiver 11 anos, talvez não valorize tanto objetos desse personagem.
Uma pessoa que quer um tênis apenas para usar de vez em quando, talvez compre qualquer par porque quer apenas calçar os pés. Já outra pessoa, que gosta de praticar corrida, vai pagar mais caro por um modelo com mais qualidade, para ter mais conforto durante a atividade. E tem quem valorize a marca — ou, no caso, o personagem.
Este, aliás, também é um ponto que precisa ficar claro: pagamos mais caro por uma marca — ou um personagem — que desejamos. No caso do exemplo: certamente não custa quase nada a mais estampar o Homem Aranha e incluir as luzes no tênis. Mas eu aceitei pagar um preço mais caro por isso: não está ligado ao custo, mas ao valor da marca, do personagem.
Marca tem valor
Não tem nenhum problema pagar a mais pelo valor da marca (ou do personagem), desde que se tenha consciência disso. Porque dessa forma, é possível fazer escolhas conscientes de consumo. Quando se fala em Educação Financeira, não se trata de gastar menos dinheiro sempre. Mas gastar bem o seu dinheiro.
E esse “bem gasto” é definido de acordo com os valores de cada pessoa: o que é importante para ela ou não. Uma coisa barata para mim pode ser cara para você e vice-versa. Por isso, a Educação Financeira começa em conhecer seus valores pessoais e entender estes conceitos para que se possa consumir de forma sustentável – no sentido ambiental, mas também de algo duradouro.
Se você tem a sensação de que não está gastando bem ou nem sabe para onde vai seu dinheiro ao longo do mês, o melhor caminho é refletir sobre seus valores e estudar seus custos. Uma olhada superficial já mostra muito sobre o que está acontecendo.
Precisando de ajuda com isso, me mande uma mensagem clicando no ícone do WhatsApp!
—-o—-